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terça-feira, março 08, 2005

A Intolerância do C.D.S.-P.P. 

O Secretário Geral deste Partido anunciou que o retrato do Prof. Doutor Freitas do Amaral foi retirado da galeria dos ex-Presidentes, retrato remetido, pelo correio, à sede do P.S., no Largo do Rato, onde, segundo aquele responsável do C.D.S.-P.P., ficará agora melhor!

Este é um lamentável e censurável exemplo de intolerância, de falta de civismo e de educação, o que não pode aceitar-se em quem se diz democrata.

Só porque o Prof. Freitas do Amaral se dispôs a integrar, como independente, o Governo do Engenheiro Sócrates na altura em que o país está numa grave crise e é preciso “dar a cara”, como aquele professor, já disse, contribuindo para solução dos principais problemas!

O Secretário Geral e necessariamente o Dr. Paulo Portas, ainda presidente do C.D.S.-P.P., entenderam “expulsar” a fotografia do que foi fundador do Partido e tanto lutou pela sua sobrevivência num período muito difícil após a Revolução do 25 de Abril.

Julgam que assim apagarão da história desse Partido uma personalidade que foi o seu primeiro presidente, que teve que enfrentar uma grande hostilidade a uma direita, embora democrática.

Narana Coissoró, um notável do C.D.S.-P.P., já apelidou de “estalinista” o acto cometido e Manuel Monteiro, que foi presidente desse Partido, também já censurou severamente a atitude tomada em relação a Freitas do Amaral.

O C.D.S.-P.P. do Professor foi-se degradando ao longo dos tempos, radicalizando-se em posições de extrema direita, o que contraria os princípios e valores da democracia cristã.

E Freitas do Amaral veio a desvincular-se, há já anos, do Partido, que tanto prestigiou e tanto defendeu com as suas matrizes iniciais.

Mais do que uma infantilidade mal educada – como alguém já lhe chamou – o procedimento que, agora, foi adoptado no C.D.S.-P.P. é, sim, repugnante, impróprio de quem quer estar integrado num regime democrático.

A falta de aceitação pela evolução de alguém, a rejeição arrogante por posições de outrém, a desconsideração e a ausência de respeito pelos valores e condutas dos independentes, tudo isso revela a negação de um correcto conhecimento do que é a democracia.

O que se passou no actual C.D.S.-P.P. só o deslustra e deixa sérias interrogações quanto ao seu actual papel no regime em que vivemos!

Não admira, pois, que alguns militantes democratas cristãos já tenham devolvido os seus cartões, como justo protesto.

Luís de Melo Biscaia
Advogado e ex-Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional

segunda-feira, março 07, 2005

As próximas Eleições Autárquicas. 

São já em Outubro. E é, sem dúvida, altura de os Partidos começarem a prepará-las, pois elas são de grande importância para as comunidades locais, que precisam de ver à frente dos seus orgãos autárquicos quem melhor for capaz de servir os seus legítimos interesses.

O País, nas últimas eleições legislativas, vestiu-se de côr de rosa, mas o certo é que o maior número de Câmaras é da côr laranja!

Por isso, se o Partido Socialista ganhou tais eleições de forma inequívoca e histórica, necessário se torna que, logo após, o começo da nova governação, se disponibilize para a movimentação capaz para vir obter a vitória nas eleições autárquicas.

Há que aproveitar o elan ganho nas legislativas, não deixando adormecer os que nelas votaram P.S.

Há, sim, que mostrar-lhes que, embora as eleições de Outubro tenham, na verdade, caraterísticas “sui generis”, o P.S. tem pessoas competentes e dedicadas à causa pública, com melhores condições de gerir os Orgãos Autárquicos, proporcionando às populações a satisfação dos seus legítimos interesses e de franco progresso.

Importa, pois, começar, nas secções concelhias, a reflectir sériamente sobre as próximas eleições e a tomar as melhores decisões.

Luís de Melo Biscaia
Advogado e ex-Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional

quarta-feira, março 02, 2005

Afinal, quem tinha razão? 

A retumbante derrota do P.S.D. e a fraca votação no C.D.S./P.P. nas eleições legislativas confirmou que esses Partidos, coligados nos dois últimos governos, já há muito que não mereciam a confiança da grande maioria dos portugueses.

Ainda no tempo de Durão Barroso, o descontentamento, a frustação, o desânimo eram enormes e a verdade é que as crises sociais e económicas agravaram-se no dia a dia.

E, depois da ida repentina para a Europa daquele governante, a situação não melhorou em nada com o acesso de Santana Lopes a Primeiro Ministro.

Em poucos meses, foram quase diárias as trapalhadas ao seio do Governo, tanta e evidente a falta de coesão e de coordenação na equipa governativa.

E o descrédito desta foi de tal dimensão que, na verdade, o Presidente da Repúlica tomou a decisão de dissolver a Assembleia da República, marcando eleições antecipadas.

Claro que essa atitude foi, desde logo, criticada, principalmente por Santana Lopes, mas o certo é que, agora, após as eleições, se verificou que o Dr. Jorge Sampaio teve plena razão.

A Coligação de Direita já não merecia, efectivamente a aceitação da grande maioria dos portugueses.

Apesar de uma campanha de vitimização, na sua cabeça (tudo e todos estavam contra ele!) Santana Lopes acabou por ser o grande derrotado numas eleições em que ele, até final, clamou por vitória!

Mesmo dentro do P.S.D., os “notáveis” não lhe deram o apoio, havendo até quem criticasse o populismo de direita, tão próprio do então seu líder.

O mapa do País pintou-se de côr-de-rosa, com a excepção do distrito de Leiria e da Madeira.

Houve, portanto grande mudança de rumo na vida política, agora da responsabilidade do Partido Socialista.

Mais uma vez, este Partido vai governar numa ocasião de grave crise.

Mas, apesar dos sacrifícios inevitáveis que há a fazer, existe, pelo menos, a esperança de que algo de novo e melhor pode surgir no nosso País.

A maioria absoluta alcançada pelo P.S. é mais responsabilizante, como logo em campanha disse o Engenheiro José Sócrates.

Mas ele saberá, decerto, rodear-se de bons colaboradores na equipa governativa que tem que apresentar em breve.

Espera-se desse Governo, verdade, seriedade, eficiência, competência, autoridade e a melhor vontade em resolver os mais graves problemas nacionais.

Espera-se também, claro, o esforço, a paciência e a colaboração de todos os portugueses, que sabem bem como está a situação do País.

Luís de Melo Biscaia
Advogado e ex-Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional

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