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domingo, abril 29, 2007

Neurónio! 


terça-feira, março 08, 2005

A Intolerância do C.D.S.-P.P. 

O Secretário Geral deste Partido anunciou que o retrato do Prof. Doutor Freitas do Amaral foi retirado da galeria dos ex-Presidentes, retrato remetido, pelo correio, à sede do P.S., no Largo do Rato, onde, segundo aquele responsável do C.D.S.-P.P., ficará agora melhor!

Este é um lamentável e censurável exemplo de intolerância, de falta de civismo e de educação, o que não pode aceitar-se em quem se diz democrata.

Só porque o Prof. Freitas do Amaral se dispôs a integrar, como independente, o Governo do Engenheiro Sócrates na altura em que o país está numa grave crise e é preciso “dar a cara”, como aquele professor, já disse, contribuindo para solução dos principais problemas!

O Secretário Geral e necessariamente o Dr. Paulo Portas, ainda presidente do C.D.S.-P.P., entenderam “expulsar” a fotografia do que foi fundador do Partido e tanto lutou pela sua sobrevivência num período muito difícil após a Revolução do 25 de Abril.

Julgam que assim apagarão da história desse Partido uma personalidade que foi o seu primeiro presidente, que teve que enfrentar uma grande hostilidade a uma direita, embora democrática.

Narana Coissoró, um notável do C.D.S.-P.P., já apelidou de “estalinista” o acto cometido e Manuel Monteiro, que foi presidente desse Partido, também já censurou severamente a atitude tomada em relação a Freitas do Amaral.

O C.D.S.-P.P. do Professor foi-se degradando ao longo dos tempos, radicalizando-se em posições de extrema direita, o que contraria os princípios e valores da democracia cristã.

E Freitas do Amaral veio a desvincular-se, há já anos, do Partido, que tanto prestigiou e tanto defendeu com as suas matrizes iniciais.

Mais do que uma infantilidade mal educada – como alguém já lhe chamou – o procedimento que, agora, foi adoptado no C.D.S.-P.P. é, sim, repugnante, impróprio de quem quer estar integrado num regime democrático.

A falta de aceitação pela evolução de alguém, a rejeição arrogante por posições de outrém, a desconsideração e a ausência de respeito pelos valores e condutas dos independentes, tudo isso revela a negação de um correcto conhecimento do que é a democracia.

O que se passou no actual C.D.S.-P.P. só o deslustra e deixa sérias interrogações quanto ao seu actual papel no regime em que vivemos!

Não admira, pois, que alguns militantes democratas cristãos já tenham devolvido os seus cartões, como justo protesto.

Luís de Melo Biscaia
Advogado e ex-Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional

segunda-feira, março 07, 2005

As próximas Eleições Autárquicas. 

São já em Outubro. E é, sem dúvida, altura de os Partidos começarem a prepará-las, pois elas são de grande importância para as comunidades locais, que precisam de ver à frente dos seus orgãos autárquicos quem melhor for capaz de servir os seus legítimos interesses.

O País, nas últimas eleições legislativas, vestiu-se de côr de rosa, mas o certo é que o maior número de Câmaras é da côr laranja!

Por isso, se o Partido Socialista ganhou tais eleições de forma inequívoca e histórica, necessário se torna que, logo após, o começo da nova governação, se disponibilize para a movimentação capaz para vir obter a vitória nas eleições autárquicas.

Há que aproveitar o elan ganho nas legislativas, não deixando adormecer os que nelas votaram P.S.

Há, sim, que mostrar-lhes que, embora as eleições de Outubro tenham, na verdade, caraterísticas “sui generis”, o P.S. tem pessoas competentes e dedicadas à causa pública, com melhores condições de gerir os Orgãos Autárquicos, proporcionando às populações a satisfação dos seus legítimos interesses e de franco progresso.

Importa, pois, começar, nas secções concelhias, a reflectir sériamente sobre as próximas eleições e a tomar as melhores decisões.

Luís de Melo Biscaia
Advogado e ex-Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional

quarta-feira, março 02, 2005

Afinal, quem tinha razão? 

A retumbante derrota do P.S.D. e a fraca votação no C.D.S./P.P. nas eleições legislativas confirmou que esses Partidos, coligados nos dois últimos governos, já há muito que não mereciam a confiança da grande maioria dos portugueses.

Ainda no tempo de Durão Barroso, o descontentamento, a frustação, o desânimo eram enormes e a verdade é que as crises sociais e económicas agravaram-se no dia a dia.

E, depois da ida repentina para a Europa daquele governante, a situação não melhorou em nada com o acesso de Santana Lopes a Primeiro Ministro.

Em poucos meses, foram quase diárias as trapalhadas ao seio do Governo, tanta e evidente a falta de coesão e de coordenação na equipa governativa.

E o descrédito desta foi de tal dimensão que, na verdade, o Presidente da Repúlica tomou a decisão de dissolver a Assembleia da República, marcando eleições antecipadas.

Claro que essa atitude foi, desde logo, criticada, principalmente por Santana Lopes, mas o certo é que, agora, após as eleições, se verificou que o Dr. Jorge Sampaio teve plena razão.

A Coligação de Direita já não merecia, efectivamente a aceitação da grande maioria dos portugueses.

Apesar de uma campanha de vitimização, na sua cabeça (tudo e todos estavam contra ele!) Santana Lopes acabou por ser o grande derrotado numas eleições em que ele, até final, clamou por vitória!

Mesmo dentro do P.S.D., os “notáveis” não lhe deram o apoio, havendo até quem criticasse o populismo de direita, tão próprio do então seu líder.

O mapa do País pintou-se de côr-de-rosa, com a excepção do distrito de Leiria e da Madeira.

Houve, portanto grande mudança de rumo na vida política, agora da responsabilidade do Partido Socialista.

Mais uma vez, este Partido vai governar numa ocasião de grave crise.

Mas, apesar dos sacrifícios inevitáveis que há a fazer, existe, pelo menos, a esperança de que algo de novo e melhor pode surgir no nosso País.

A maioria absoluta alcançada pelo P.S. é mais responsabilizante, como logo em campanha disse o Engenheiro José Sócrates.

Mas ele saberá, decerto, rodear-se de bons colaboradores na equipa governativa que tem que apresentar em breve.

Espera-se desse Governo, verdade, seriedade, eficiência, competência, autoridade e a melhor vontade em resolver os mais graves problemas nacionais.

Espera-se também, claro, o esforço, a paciência e a colaboração de todos os portugueses, que sabem bem como está a situação do País.

Luís de Melo Biscaia
Advogado e ex-Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional

domingo, fevereiro 13, 2005

Paulinho in the Sky with Diamonds. 



No meio desta bagunça de campanha, que a "Direita" está a levar a cabo, é estranho como Paulo Portas se preocupa mais com a subida do BE do que com a descida do PSD...!

Já deram por isso?!

VRC

terça-feira, janeiro 25, 2005

Que vergonha! 

O Governo de gestão, como é o actual, tem andado numa azáfama a fazer inaugurações, a anunciar obras e a aproveitar cerimónias oficiais para fazer propaganda eleitoral.

É, na verdade, abusivo e vergonhoso tal procedimento, apesar de ser previsível num Governo desta natureza!

Só que os portugueses não são tolos e não se deixam enganar com facilidade em ocasiões como esta, em que em eleições se escolherá a nova Assembleia da República e, consequentemente, o novo Governo.

As nomeações de amigos políticos, feitas apressadamente, e a criação de novos departamentos e institutos vão aparecendo dia a dia.

E até, recentemente, Santana Lopes, em defesa dessas posições, acusou o líder do Partido Socialista de ter nomeado como Inspector Geral do Ambiente, já depois de estar em gestão o Governo de Guterres, o que foi seu chefe de gabinete.

Mas, afinal, isso é simplesmente mentira, pois essa nomeação foi feita por Isaltino de Morais, sucessor do Engenheiro Sócrates no Ministério do Ambiente!

Alguém do PSD já veio dizer ter havido uma incorrecta informação prestada a Santana Lopes!

As trapalhadas do Governo continuam e continuarão, decerto, pois tudo valerá, mesmo a mentira, na campanha eleitoral do PSD!

As baterias governamentais estão agora, cada vez mais apontados ao Presidente da República, atacando-o com despudor e sem respeito!

É pena que as campanhas eleitorais não sirvam para debater os problemas essenciais do país servindo, sim, para fazer uma baixa política.

E nesta o PSD é useiro e vozeiro!

Luís de Melo Biscaia
Advogado e ex-Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional

quinta-feira, janeiro 20, 2005

Embuste Político?! 

Santana Lopes, em comício realizado em Mira, disse que houve um embuste político que levou à dissolução da Assembleia da República!

Embuste promovido por quem?

Por Jorge Sampaio, que até lhe deu a oportunidade de revelar o que valia como Primeiro Ministro?

Será que o Presidente da República não ouviu muitas personalidades, entre os quais os mais conceituados economistas e o Conselho de Estado, antes de tomar a decisão de marcar eleições antecipadas, decisão essa que foi aconselhada por todos aqueles?

Será que o "golpe político", de que também falou Santana Lopes, partiu do Partido Socialista, com o desejo de voltar ao poder?

Que interesse tinha aquele Partido em formar Governo numa situação de crise tão grave como a que existe no nosso país?!

Situação essa, que já vinha do tempo de Durão Barroso e que o Governo Santanista deixou agravar, evidenciando à sociedade a falta de um rumo, de uma estratégia e vivendo com uma descoordenação interna nunca vista, com quesílias constantes, com mudanças de posições diárias, etc, etc...

Não, o embuste é o próprio Santana Lopes, que julgava que com a sua presença mediática, encobriria a sua ausência de preparação para chefiar um Governo!

A boa política faz-se com responsabilidade e competência e não com "reality-shows", tão do agrado de Santana Lopes e dos seus apaniguados...

Contra ele, têm-se manifestado muitos do seu Partido, que continuam a querer que este não se afaste da autêntica social-democracia.

Contra ele, estão muitos e conceituados economistas, muitos empresários e a grande maioria dos trabalhadores, muitos independentes que amam a verdadeira democracia e a querem ver valorizada.

As "falinhas mansas", com que Santana Lopes disse, a princípio, aceitar a posição do Presidente da República não passaram, afinal, de mais uma hipocrisia santanista, pois, agora, o Presidente foi o "mau da fita" e quis favorecer o Partido Socialista.

Esquece-se Santana Lopes que alguns notáveis do PSD o aconselharam também a deixar o Governo e que muitos políticos ligados à Direita defenderam a dissolução do Parlamento e ainda hoje mantém tal posição.

Ninguém de bom senso e que conheça a crise grave que aí está, pode obvidar que qualquer Governo que saia das próximas eleições terá uma árdua e difícil tarefa, para tentar endireitar o que tão torto ficou com a desgovernação da Coligação PSD/CDS-PP!

Embuste político foi, na verdade, o que aconteceu nestes últimos três anos, mormente nos meses do consulado de Santana Lopes!

Luís de Melo Biscaia
Advogado e ex-Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional

terça-feira, dezembro 21, 2004

Uma entrevista do Dr. Santana Lopes 

Há dias, o Primeiro Ministro demissionário deu uma entrevista à T.V.I., no horário nobre.

Como líder, que ainda é, do P.S.D., podia o Dr. Santana Lopes fazer as entrevistas que quisesse, nesta pré-campanha eleitoral que já começou.

Só que não devia fazê-lo na sua residência oficial!

Toda a entrevista versou sobre eleições, o seu futuro e os seus possíveis resultados e consequências.

Quer dizer que, abusivamente, Santana Lopes misturou, nessa entrevista, as suas duas qualidades, a de governante e a de líder de um Partido político, o que é de estranhar e censurar.

Embora o actual Governo seja apenas de gestão, aos que dele fazem parte, impõe-se que tenham cuidado em não utilizarem os meios próprios do Governo (instalações e carros oficiais, seguranças pagos pelo Estado, etc.), para fazerem a propaganda dos Partidos a que pertencem.

Não pode haver confusão entre as posições governativas que detém e as de meros membros partidários.

Mas, parece que, perante o exemplo que Santana Lopes já deu, outros poderão segui-lo, o que constitui algo de anormal numa democracia.

Será que até nesse ponto a “bagunça” continuará?!

Luís de Melo Biscaia
Advogado e ex-Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional

quinta-feira, dezembro 09, 2004

A "vitimização" de Santana Lopes! 

Era de esperar que o PSD e o seu líder reagissem à tomada de posição do Presidente da República, dizendo-se vítimas dela.

Santana Lopes, incapaz de assumir a sua incompetência como Primeiro Ministro, tinha de arranjar uma desculpa e a melhor para ser aceite pelos portugueses fanáticos daquele Partido, ou influenciados ou desatentos à realdade, era passar de culpado a vítima!

Só que, na verdade, foram tantas as trapalhadas, foi tal a descoordenação no Ministério, foram tantos os erros, foi tamanha a ausência de estratégia política que muitos poucos, (se os houver), acolherão agora os ataques ao Presidente da República, que fez o que devia perante um Governo que ficará na história da nossa democracia como o mais incapaz, o mais trapalhão e o mais desacreditado de todos!

Jorge Sampaio deu-lhe todas as condições para governar, aturando, com evangélica paciência, as muitas diatribes que surgiram todos os dias.

A instabilidade veio do próprio Governo, que se revelou sem rumo, agindo aos solavancos, com enormes contradições internas, com problemas e tricas constantes.

Essa é que é a verdade e dela se apercebeu a maioria dos portugueses.

Nunca nenhum Governo foi tão contestado como este, que agora, felizmente, está de saída, por má figura!

Mesmo, alguns, (não poucos), dos notáveis do PSD reconheceram já a má prestação de Santana Lopes e de muitos dos seus ministros.

Nem o seu dilecto amigo e colaborador de há muitos anos, Henrique Chaves, lhe poupou censuras e acusações graves...

A "bagunça" deste Governo tinha que acabar e a voz do povo, a ser ouvida nas próximas eleições, mandará, decerto, para casa quem não sabe governar.

Luís de Melo Biscaia
Advogado e ex-Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional

quarta-feira, dezembro 08, 2004

As Farpas! 

Em 1871, era assim que Eça de Queirós escrevia no primeiro número d'As Farpas:

"O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido!"


Qualquer semelhança entre este e um outro texto que eu gostaria de escrever hoje, a caracterizar o momento político/social do país, poderia não passar de uma pura e feliz coincidência! Por isso, a minha opção foi tão clara.

VRC

terça-feira, dezembro 07, 2004

O que ficou por dizer?! 

O Dr. Almerindo Marques, presidente da RTP, foi ouvido numa Comissão Parlamentar sobre a demissão do Director de Informação daquela estação televisiva, José Rodrigues dos Santos, que foi acompanhado nessa sua posição por todos os membros daquela Direcção.

Hábilmente, Almerindo Marques começou por referir, com exaustão, tudo o que tem feito nos dois anos do seu mandato, (e isso nem sequer estava em causa!), e quanto à questão que o levou a ser inquirido na Assembleia da República limitou-se a dizer, por vezes com inadequada irritação, que o que se passara foi apenas um mero acto de gestão da empresa.

Ora, a verdade é que, no concurso para correspondente da RTP em Madrid, não foi aceite quem ganhou tal concurso e que foi, naturalmente, proposto à administração pelo director de informação.

Optou-se por nomear quem ficara em 5.º lugar nesse concurso, quando era sempre norma naquela empresa televisiva acatar o candidato proposto pelo juri de concursos idênticos e proposto pela Direcção de Informação.

Almerindo Marques defendeu-se como pôde, mas o que mais causou estranheza foi a sua afirmação de que se tivesse nomeado quem ganhou o concurso surgiriam graves problemas, envolvendo a administração e a pópria empresa.

Negou-se, porém, a referir quais seriam esses problemas e o que haveria de negativo quanto ao candidato ganhador do concurso!

Pelo menos, publicamente, Almerindo Marques não daria esse esclarecimento, segundo disse.

Quer dizer que deixou para quem o ouviu um "mistério no segredo dos deuses"!

E, é claro, abriu a porta a muitas conjecturas, podendo algumas delas estar relacionadas com compadrios, pressões, influências fortes, etc..., etc.

Seja como for, uma coisa é certa: a atitude da Administração da RTP desrespeitou uma norma que, pelo menos, habitualmente, regia uma questão editorial da estação televisiva.

Mas porquê?

Este será mais um mistério que ficará por desvendar!

Luís de Melo Biscaia
Advogado e ex-Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional

Os 80 anos de Mário Soares. 


No dia 7, completou 80 anos o Dr. Mário Soares, notável cidadão e político que, com coerência e coragem, sempres defendeu e lutou pela Causa da Liberdade, de Democracia e da Justiça Social.

A ele se deve, em grande parte, a consolidação do regime democrático em, que hoje, vivemos, depois de quase meio século de ditadura.

Quer antes, quer depois da Revolução de Abril, Mário Soares bateu-se com invulgar dedicação por um Portugal livre, democrático e progressista.

Tornou-se, há muito, uma forte referência para todos os democratas portugueses, alcançando ainda, por mérito próprio, o respeito e admiração na cena política internacional, em que participou em muitos e importantes movimentos, "fora", colóquios e conferências.

Ainda agora Mário Soares continua, dentro e fora do país, a pugnar pelos valores e princípios que sempre defendeu, mostrando uma grande vitalidade, dinamismo e correcção de pensamento.

Merece, sem dúvida, a gratidão dos portugueses pelo que tem feito em prol da sua dignificação e dos seus direitos num regime livre e democrático.

Ninguém lhe pode negar o seu apego ao civismo, ao bom senso, à tolerância, ao patriotismo e o seu desejo intenso de proporcionar aos portugueses uma melhor qualidade de vida.

Daqui o saudamos com respeito, admiração e amizade.

Luís de Melo Biscaia
Advogado e ex-Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional

segunda-feira, dezembro 06, 2004

Acabou a paciência. 

O Presidente da República teve, na verdade, muita paciência para manter o Governo de Santana Lopes.

Como alguém já disse, "os números de circo" sucederam-se, quase todos os dias, na área do Governo, nestes últimos quatro meses.

Descoordenação, falta de rumo, incompetência, zigue-zagues nas posições tomadas, deslealdade e contradições entre ministros, actos de posse adiados ou alterados à última hora.

Enfim, uma balbúrdia, a desacreditar profundamente este Governo!

O "Reality-Show" não podia durar mais tempo!...

Nunca nenhum Governo foi tão contestado como este, não só pelos Partidos da Oposição, mas até por "notáveis" do PSD, por sindicatos e empresários, por reputados economistas, pelos orgãos de comunicação social, enfim pela maioria dos portugueses.

A solução das eleições antecipadas advinhava-se há já muito, dada a inépcia de Santana Lopes, como Primeiro Ministro, que nunca soube controlar a sua equipa nem orientar a política a seguir.

A bagunça tinha mesmo que terminar e a vigilância prometida por Jorge Sampaio, quando deu posse a este Governo, veio, agora a verificar-se, levando a tomar uma posição que se impunha.

Será o povo a optar por quem possa governar bem este país, o que será difícil pois a situação criada é grave.

O PSD já anunciou que continua a apostar em Santana Lopes para o lugar de Primeiro Ministro.

Mas o povo, até Fevereiro, (data das próximas eleições legislativas), não esquecerá, decerto, a fraquíssima prestação daquele político, à frente do actual Governo.

Luís de Melo Biscaia
Advogado e ex-Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional

domingo, dezembro 05, 2004

O concubinato conspirativo!... 

O PSD deverá fazer hoje ou amanhã uma proposta formal de negociações ao CDS, para uma coligação pré-eleitoral. O CDS diz que espera por essa proposta formal para tomar uma posição.

O Conselho Nacional do PSD, reunido ontem na sede do partido, em Lisboa, aprovou por unanimidade (em votação de braço no ar) mandatar a comissão política nacional "para iniciar as negociações com vista à concretização de uma plataforma eleitoral, de acordo com a estratégia política aprovada no congresso de Barcelos". Essa estratégia prevê a criação de uma plataforma eleitoral alargada com vista à apresentação de um programa eleitoral.

Foi também a fórmula plataforma eleitoral que o primeiro-ministro e líder do PSD usou no seu discurso de abertura do conselho nacional, optando por não ser claro a pedir aos conselheiros que apoiassem uma aliança pré-eleitoral com o CDS.

Santana disse que estava ali para ouvir o que o conselho nacional tinha a dizer.

E, posto isto, cabe perguntar. Será que vamos continuar a ter esta convivência "pastosa" entre dois líderes que, até hoje, não souberam fazer mais do que hipotecar a nossa convivência democrática interna e além fronteiras?

VRC

terça-feira, novembro 30, 2004

Finou-se o pior Governo de Portugal dos últimos 25 anos! 

O primeiro-ministro anunciou esta tarde que o Presidente da República deu início ao processo de dissolução da Assembleia da República.

Apesar de respeitar a decisão, Santana Lopes diz "discordar profundamente" das razões evocadas por Jorge Sampaio.

Jorge Sampaio terá considerado que os recentes episódios – a polémica envolvendo as alegadas pressões do Governo sobre a comunicação social, a demissão de Henrique Chaves e a recente quebra de confiança dos agentes económicos e sociais – "corroeram de forma irreversível" a "estabilidade necessária à acção governativa".

O Presidente da República terá ainda entendido que os últimos indicadores disponíveis apontam para uma "falta de confiança da maioria da população e dos agentes económicos e sociais" na capacidade do actual Governo para garantir a estabilidade e prosseguir as políticas necessárias, para enfrentar à "situação delicada" que o país enfrenta.

Em consequência, eis pois a minha conclusão: é sempre possível provar a incompetência se a ela se contrapuzer a devida inteligência.

VRC

Defenda-se a democracia. 

Mário Soares nas suas últimas intervenções políticas tem-se mostrado seriamente preocupado com o actual estado da Nação.

E chegou a dizer que nunca os portugueses, desde a Revolução dos Cravos, viveram tão desiludidos, desperançados quanto ao futuro, em contradição com os governantes, que demagogicamente, vão dizendo maravilhas quanto à política seguida por quem está no poder.

Há, na verdade, muitos e sérios problemas nos vários sectores da vida nacional.

Estão mal, a Educação, a Justiça, a Saúde, a Economia, as Finanças Públicas, as relações laborais, etc.

E o certo é que não se descortina que o Governo tenha, efectivamente, uma estratégia bem defendida para enfrentar, com êxito, aqueles problemas que, cada vez mais, afligem os portugueses.

O Governo anda aos salavancos, sem rumo, com promessas não cumpridas, com o agravamento das desigualdadesa sociais, com acentuada diminuição da qualidade de vida, com o aumento da pobreza, com o maior afastamento dos níveis europeus, com a proliferação da corrupção e dos negócios escuros, com o deficite democrático em muitas instituições e Orgãos de Estado.

A Coligação Governamental está a atirar este país, com uma política de direita quase radical, para um fosso profundo, donde cada vez mais há-de ser difícil saír!

Lavra nos responsáveis, que detém o poder, um perigoso autoritarismo, o desrespeito pelos valores e princípios democráticos, a intolerância e a arrogância.

A Democracia está doente o os verdadeiros democratas sentem que há que defendê-la a todo o transe, para que não se torne moribunda.

Mário Soares, o campeão da Liberdade e da Democracia, no nosso país, já começou essa luta, sentindo, pelo menos, a necessidade de manifestar publicamente a sua indignação e natural tristeza, por ver o sofrimento do povo e a sua descrença quanto ao que se está a passar.

E com ele, devem estar unidos os que, com a ajuda dos corajosos militares de Abril, libertaram Portugal de um nefasto regime ditatorial.

A todos esses se impõe, nesta hora, servir-se dos melhores meios, ainda que não violentos, para travar a caminhada dos que têm uma muito defeituosa noção da Democracia, da Liberdade e da Justiça Social.

Luís de Melo Biscaia
Advogado e ex-Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional

Cavaco Silva na Associação de Jovens Empresários. 

O ex-Primeiro Ministro Professor Cavaco Silva continua, nas suas intervenções publícas, a revelar não estar de acordo com a política económica deste Governo.

Desta vez, como orador principal da conferência "Desafios da Economia Portuguesa", realizada, no dia 25, na Associação Nacional dos Jovens Empresários, no Porto, defendeu uma mudança de rumo quanto a vários sectores da economia.

O necessário crescimento económico que deve fazer-se entre 3 e 3,5 % ao ano, necessita que se fomentem as exportações, agora a decrescer, não podendo esperar-se apenas pela procura interna que "só projecta fogachos e não conduz a um crescimento sustentado"!

E apelou a que se mostre aos portugueses a verdade nua e crua, "pois já não há tempo para passos de mágica" e "para muitos palavreados e promessas vãs"!

Já numa outra intervenção recente, Cavaco Silva tinha afirmado não acreditar na retoma da economia em 2005, mas talvez apenas em 2006.

Aquele economista tem-se afastado, claramente, da orientação dada pelo actual Governo à política económica, contrariando o "sonho côr-de-rosa" proclamado por Santana Lopes.

E não é só Cavaco Silva que assim pensa, outros conceituados economistas se lhe têm juntado nas críticas, rejeitando "milagres".

Luís de Melo Biscaia
Advogado e ex-Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional

sábado, novembro 27, 2004

O meu regresso!... 

Eis-me regressado de uma profícua jornada de trabalho que levei a cabo num país onde, com grande orgulho, se fala português.

Lá, em Angola, encontrei inúmeros obstáculos ao desenvolvimento e foi sem grande admiração que também me deparei com muitos problemas sociais.

Mas, apesar de tudo, sinto-me verdadeiramente reconfortado com esta experiência!

E porquê? Porque em Angola, foi possível elevar a minha sensibilidade política a níveis anteriormente impensáveis!

Encontrei em todos os naturais que conheci, independentemente do seu sexo ou idade, um amor indefectível à sua terra e uma vontade inabalável de querer viver em paz para assim, rapidamente, desenvolverem o seu país. Fico-lhes grato pelas bonitas lições que, neste campo, me souberam dar.

No entanto, por cá, tudo na mesma!

Alheios a esta realidade e a tantas outras, que decorrem por esse imenso "mundo africano" fora, constato com tristeza que o comum dos portugueses continua adormecido, quanto à importância de uma atitude séria em prol da Sustentabilidade Institucional, já que uma larga maioria assiste, impávida e serenamente, ao "fado" das telelenovelas, venham elas do Governo da República ou da Quinta das Celebridades.

VRC

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